domingo, 25 de agosto de 2013

Santo Eduardo (Pedra do Garrafão) seria um dos Primeiros Povoados do Brasil?




Construída para gerar energia, a hidrelétrica Pedra do Garrafão, às margens do rio Itabapoana, quase na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, acabou, incidentalmente, gerando conhecimento histórico. Durante a sua implantação, as obras esbarraram no que pode ter sido um dos primeiros povoados do Brasil: a Vila da Rainha, fundada em 1536. Embora haja controvérsias sobre se estes vestígios são da primeira povoação, o traçado da usina foi desviado por sua causa e o local preservado desde então.

O suposto marco da colonização portuguesa no país, está prestes a ser transformado em um parque arqueológico. Para a arqueóloga Dulce Gaspar, do Museu Nacional, responsável pelo projeto, é curioso notar que o povoado foi instalado próximo ao rio, que tem uma certa velocidade por estar perto de uma área de cachoeiras. Assim, podia mover o moinho ali existente; de certa forma, o povoado também estava ligado à geração de energia.

No local, há restos de um cais, além de canaletas, bases de casas e um moinho. Esse conjunto arquitetônico pode representar um dos primeiros - e possivelmente um dos mais precoces - exemplos de ocupação portuguesa no Brasil e no estado do Rio de Janeiro, baseada na plantação de cana-de-açúcar.

Seu responsável foi o jovem colonizador Pero de Góis, que viveu no país uma aventura entre colonos, invasores franceses e índios, sem ter chegado a um final exatamente feliz. Sua intenção era descobrir terras e estabelecer núcleos de povoação. Sabe-se que foi o primeiro a plantar cana-de-açúcar no norte fluminense.

O que atraiu Pero de Góis àquela região foi a abundância de recursos hídricos e sua proximidade da mata, para o fornecimento de lenha. No local, que batizou de Vila da Rainha em homenagem à D. Catarina de Áustria, esposa de D. João III, rei de Portugal que lhe concedeu as terras.

O projeto de Pero de Góis de fazer da Vila da Rainha o começo de um grande empreendimento começou a dar errado quando ele viajou a Portugal, em busca de mais recursos, e, na sua ausência, um aventureiro chegou ao local, atacou os índios e fez um dos seus chefes de refém, entregando-o a uma tribo rival na tentativa de obter um resgate.

Quando Pero voltou, o caos estava instalado. Os índios estavam em guerra com os colonos. Ele chegou a lutar contra eles, perdendo um olho na batalha, mas a área estava perdida. Os colonos que sobreviveram fugiram e ele teve que desistir do projeto.

A idéia agora, é transformar esse fascinante retrato da história do Brasil em uma espécie de "canteiro-escola", aliando os trabalhos de arqueologia com difusão de conhecimento.
Veja este vídeo onde são mostradas fotos do sítio arqueológico com recriações das construções em 3D:
 


Bibliografia:
O Globo - 19 de setembro de 2009

Folha da Manhã

Revista Histórica do Arquivo Público do Estado de São Paulo
 

Informações extraídas do blog: http://futurosgestoresculturais.blogspot.com.br/2009/10/vila-da-rainha-deve-virar-parque.html em 28/08/2013.
Professora de Informática Educativa: Louise Rangel Roeles
 

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