terça-feira, 13 de setembro de 2011

Folclore - Aula de Tia Penha



            
          A professora da turma trabalhou atividades envolvendo as lendas do Folclore Brasileiro. Na sala de aula, a professora pediu para cada aluno ler um trecho de cada estória. No Laboratório de Informática os alunos trabalharam com quebra-cabeça, jogo da memória, jogo dos sete erros e pintaram figuras do folclore utilizando o Paint.

O Negrinho Pastoreiro

            No tempo da escravidão, havia um fazendeiro que só tinha olhos para seus cavalos e para seu único filho. Com os negros e os peões da sua fazenda ele era muito malvado.

            Lá trabalhava como escravo um negrinho de quatorze anos, que era sempre castigado pelas peraltices do filho do fazendeiro.

            Em um dia de inverno muito frio, o fazendeiro mandou que o negrinho fosse pastorear cavalos e potros recém-comprados e, num momento de distração, o filho do fazendeiro espantou um dos cavalos, sem que o negrinho percebesse.

            Quando voltou para a fazenda, no final do dia, o fazendeiro logo percebeu que tinha um cavalo faltando.

            Ele pegou o chicote e surrou o negrinho, até sair sangue, gritando:

                    Você terá que dar conta desse cavalo,ou verá o que lhe acontece!

            Com muito medo, o negrinho saiu correndo à procura do animal. Encontrou-o pastando ali perto, mas quando foi laçá-lo, mais uma vez o seu patãozinho assustou o cavalo e ele fugiu.

            Quando voltou à fazenda, o patrão ficou ainda mais nervoso, e depois de espancar o negrinho, amarrou-o sem roupa em cima de um formigueiro. Ele havia deixado o menino ali para ser devorado pelas formigas. Passados três dias, o fazendeiro resolveu ir verificar o estado de sua vítima. Chegando ao formigueiro teve uma surpresa!

            O menino estava perfeitamente são, sem nenhuma marca das chicotadas e nem mordidas de formigas. Ao lado dele estava Nossa Senhora e mais adiante todos os cavalos da fazenda, inclusive o desaparecido. O fazendeiro se ajoelhou e pediu perdão, mas o negrinho o ignorou, beijando a mão da Santa, e montando em um cavalo. Ele foi embora, levando toda a tropilha consigo.

            O Negrinho do Pastoreiro tornou-se protetor dos animais e das pessoas perdidas no campo. 


A  Mula Sem Cabeça

         Seguindo a Lenda, A Mula sem Cabeça é encontrada mais facilmente em pequenos povoados, onde existam casas rodeando uma igreja. Dizem que ela é uma mulher que namorou um padre, e por este motivo foi amaldiçoada.

            Muitas pessoas juram ter visto a criatura, e afirmam que ela é uma mula de cor preta ou marrom, e no lugar da cabeça o que se consegue ver é somente fogo. Possui em seus cascos ferraduras que podem ser de aço ou de prata.

            Ela costuma aparecer na noite de quinta, quando percorre diversos povoados. À noite, ouve-se seu golpe, acompanhado de longos relinchos. Ás vezes, parece chorar, como se fosse uma pessoa.

            Existe uma maneira de quebrar o encanto, mas tem que ser realizado por uma pessoa muito valente. Dizem que esta pessoa deverá picá-la com um alfinete até sair sangue. Quebrando o encanto, ela finalmente voltará ser uma mulher normal.

O Uirapuru

        Um jovem guerreiro apaixonou-se pela esposa do grande cacique de sua tribo. Infelizmente, o jovem não podia se aproximar de sua amada, por isso pediu a Tapuã, o Deus dos índios, que o transforma-se em um pássaro.

            Tupã, sensibilizado pelo amor impossível do jovem, transformou-o em um pássaro vermelho-telha, que à noite cantava para sua amada. Porém, foi o cacique quem percebeu o seu canto. Ficou tão fascinado que resolveu prendê-lo em uma gaiola.

            O Uirapuru voou para a floresta como cacique a persegui-lo. Andaram por tantos lugares diferentes e por um tempo tão grande que o cacique acabou se perdendo. Depois disso, o Uirapuru voltou e cantou durante a noite inteirinha para sua amada.

            Dizem que se uma pessoa ama e não é correspondida, ou se não vai bem nos negócios, deve adquirir um uirapuru. Ele trará sorte para a pessoa, principalmente se este amor for verdadeiro.


O Saci Pererê

             
               O Saci Pererê é um velho conhecido das pessoas, sua lenda surgiu no final do século XVIII. Ele é um menino, negrinho e de uma perna só, que adora aprontar diversas travessuaras.







O Lobisomem

        Dizem que se uma família tem sete filhas, o oitavo a nascer, se for homem, está predestinado a virar Lobisomem.

            O menino nasce normal, mas cresce pálido, magro e de orelhas grandes.

            A maldição só se manisfesta quando ele completa treze anos. Na primeira noite de sexta-feira, após o aniversário, ele sai e vai até uma encruzilhada. À meia-noite em ponto se transforma em Lobisomem, uivando para a Lua.

            Ele é muito parecido com um lobo, coberto de pelos, com unhas grandes, focinho e rabo. A estatura, porém, é de um homem. Consegue com quatro patas e equilibrando-se sobre duas, assemelhando-se à postura humana.

            Toda sexta feira ele anda pelas ruas ou estradas desertas, sempre acompanhado por muitos cachorros. Ataca quem aparecer em seu caminho, e é muito difícil fugir dele, pois é muito veloz. Dizem que quem se deparar com um Lobisomem deverá rezar três Ave-Marias Para se proteger.

            Antes do Sol nascer, ele volta para casa e se transforma novamente em um homem normal. Para quebrar o encanto e livrá-lo da maldição, deve-se chegar bem perto, sem que ele perceba, e bater muito forte em sua cabeça. Mas deve-se tomar cuidado, pois se a pessoa for atingida por uma gota de sangue, carregará para sempre esta maldição.

O Boto cor-de-rosa

              A lenda do boto é muito comum na região Norte do País. Ela fala sobre o encantamento que os Botos possuem, permitindo que se transformem em rapazes altos, fortes e muito bonitos, em ocasiões de festa.

            Dizem que o seu andar é meio desajeitado, pois está pouco acostumado a andar em Terra firme. Outros dizem que ele é muito quieto, caldo demais para costumes da região. Por isso, as pessoas mais experientes logo desconfiam quando veem um.

            Antes de nascer, eles voltam aos rios, pois o encantamento só dura à noite. A moça nunca mais vê o rapaz, mas continua sonhando com ele pelo resto de sua vida. Dizem que os botos são pais das crianças de paternidade ignorada na região.

Iara

        Na tribo dos Manau, vivia uma linda jovem que se chamava Dinahí. Ela impressionava a todos por sua grande beleza e coragem. A índia era mais valente do que a maioria dos homens da Tribo. Este fato causava muita inveja em vários guerreiros, que passaram a odiar Dinahí.

            Em uma noite, os dois irmãos de Dinahí resolveram matá-la enquanto dormia. Mas como ela tinha a audição mais aguçada do que a de um felino, acordou e, para se defender, acabou matando seus irmãos. Com medo da fúria de seu pai a índia fugiu.

            Kaúna, o o pai de Dinahí, iniciou uma perseguição implacável para localizar a filha.

            Durante vários dias e várias noites ela conseguiu escapar. Mas o pai tinha ajuda de todos os guerreiros da tribo, sendo que finalmente conseguiram capturá-la.

            Kaúna ordenou aos guerreiros que jogassem a filha nas águas, exatamente no encontro dos rios Negro e Solimões. Nessa hora, dezenas de peixes vieram em socorro da índia guerreira, sustentando seu corpo e trazendo-a atá a superfície. Os raios da Lua transformaram Dinahí em uma bela princesa, com cauda de peixe e cabelos escuros como as águas do Rio Negro.

            Ela se transformou em Iara, a Mãe-d água. Os pescadores são atraídos pela beleza irresistível da índia, pois quando canta, hipnotiza-os e leva-os para o fundo das águas, para viverem em seu reino. Iara representa a beleza da mulher da Amazônia. 


A Vitória Régia

        Numa Tribo indígena localizada às margens de um grande rio, acreditava-se que a Lua gostasse de uma jovem, a transformaria em estrela do céu, para que viesse mais perto dela. As jovens índias ficavam por muitas horas observando a Lua, na esperança de serem  transformadas em estrelas.

            Naiá, a filha do chefe da tribo, ficou muito impressionada com esta lenda, e passava as noites perseguindo a Lua, na esperança de que ela a notasse. Mas a Lua parecia ignorá-la, e durante muito tempo deu para se ouvir os soluços da bela índiazinha.

            Em uma noite, Naiá teve uma idéia.

            Se eu subir em uma árvore bem alta e passar a noite toda lá em cima, talvez a Lua me veja

            Mas o sacrifício foi em vão, e Naiá ficou ainda mais triste.

            Outra noite, ela resolveu subir na montanha mais alta que conhecia, mas também não adiantou.

            A moça já estava desistindo de seu sonho, quando em uma noite de Lua Cheia, passando por um lago, viu a imagem desta refletida nas águas. Naiá, imaginando que a Lua viera buscá-la, atirou-se nas águas profundas e nunca mais foi vista.

            A Lua ficou comovida com o sacrifício da jovem índia e resolveu recompensá-la. Como era impossível transformá-la em uma estrela, daquelas que brilham no céu, resolveu transformá-la na “Estrela das Águas”. Assim surgiu a Vitória-Régia, uma planta cujas lindas flores brancas, só abrem à noite, como uma verdadeira estrela deve brilhar.   


A Cobra Norato

        Esta lenda é uma das mais conhecidas sobre cobras grandes ou Boiúna, como são chamadas na região Amazônica. Conta-se que uma índia engravidou da Boiúna e quando as crianças nasceram, a mãe percebeu que eram duas cobras.

Muito assustada, A índia jogou os recém-nascidos no rio, porque tinha medo de criá-los. Eles não morreram, e nas águas foram se criando como cobras.

            Os dois irmãos, uma menina e um menino, eram muito diferentes. A menina era muito má, afundava barcos, e fazia com que seus tripulantes morressem afogados.

            Já o irmão, que se chamava Norato, era meigo e bondoso. Ele fazia de tudo para salvar os pecadores, o que fazia crescer um ódio incontrolável em sua irmã. Um dia eles tiveram uma grande briga, em que Honorato ficou cego e sua irmã morreu.

            Finalmente as pessoas ficaram livres das suas maldades.

            Um dia, um soldado de um município distante chegou naquela região e ficou sabendo da triste sina de Norato. Sem pensar duas vezes ele procurou a cobra e fez o que era preciso.

            Norato, a partir deste dia, se livrou de sua maldição e em agradecimento virou soldado também.

O Guaraná

        Na tribo dos Maués vivia um lindo índiozinho, de bom coração e inteligência fabulosa. Como era muito esperto e alegre, todos na tribo o admiravam.

            O espírito do mal rondava aquela tribo, e invejava o pequeno índiozinho. Ele resolveu acabar com a vida do menino e não iria sossegar até que se conseguisse fazer mal ao pequeno. Os outros índios sabiam disso, desta forma estavam sempre por perto para protegê-lo.

            Teve um dia em que o indiozinho se distraiu brincando, afastando-se da tribo. Jurupari, o espírito do mal, não perdeu tempo, transformou-se em uma cobra e deu o bote, matando o menino.

            Ao cair da noite, os índios deram pela falta da criança. Iniciaram uma busca por toda a tribo e encontraram-no caído aos és de uma árvore. Uma tristeza sem igual se bateu por toda a tribo. Todos lamentavam a inusitada morte da criança mais amada da tribo dos Maués.

            Passados alguns dias, no local em que fora enterrado, nasceu uma planta, cujos frutos eram brilhantes e alegres como os olhos do pequeno menino. Assim nasceu o guaraná , fruta viva e forte como a felicidade que o indiozinho dava aos seus irmãos.


Extraído da coleção Nosso Folclore de Patrícia Amorim, Marcelle Silveira e Sonya Santa Maria.Editora: Vale das Letras


Professora de Informática Educativa: Louise

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